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Ricardo Resende, 2012

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Texto para a exposição Código do Olhar, Casa de Cultura de Mococa, 2012

Cássia Aresta vem de uma linhagem de pintores consagrados na cidade de São Paulo ao frequentar os ateliês dos artistas Dudi Maia Rosa, Tuneu e Paulo Pasta.
O que vemos em suas pinturas são antes de tudo pesquisas cromáticas que provocam mutações que surgem nas telas e nas colagens pela alternância de cores frias, quentes, primárias, secundárias e terciárias. Tais aproximações de cor excitam o olhar, melhor, desarranjam o nosso olhar acostumados a combinações de cores que se completam e, consequentemente, não excitariam os nossos sentidos visuais. Por exemplo, o desarranjo de trazer um tom amarelado ao lado de um outro laranja e marrom ou o azul lado a lado com o amarelo esmaecido.
As combinações que Cassia Aresta nos propõe são provocações cromáticas que aguçam a nossa percepção justamente por serem ora estranhas ora harmoniosas e ora inusitadas. Consequentemente, vibrantes nas suas diferenças.
É uma pintura, e o sentido aqui não é pejorativo, que se resume a uma aproximação de cores aparentemente aleatória ou inconsequente. Cores não compatíveis pois não se penetram e criam uma linha imaginária entre uma cor e outra, sempre  organizadas no sentido vertical. São colunas ou listas pictóricas onde não se evidencia a pincelada, são planas.
Numa relação mais simplista, também lembram um padrão de tecidos sofisticado de faixas verticalizadas que serviam como forros de colchões, almofadas e sacolas de feira em outros tempos.
Não são pinturas geométricas. O pensamento pictórico é simples, como já dito, nada mais que pinturas abstratas de cores levadas às telas em um mesmo ritmo. Um exercício retiniano levado ao extremo pela artista.

SENSAÇÃO, COR E PERCEPÇÃO = OLHAR E SENTIR

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