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      por Larissa Harsteln

      ​© 2013 Myrine Vlavianos Arte Contemporânea

      ​+ 55 48  99983.4400

      ​myrine@mvarte.com.br

      AS QUATRO ESTAÇÕES

      Adriana Banfi atinge na sua pintura atual propriedades que vem somando de técnicas experimentadas anteriormente: aquarela e gravura, principalmente. A artista quer fazer da cor uma entidade autónoma, ao inserir na densidade da pintura abstrata a transparência da aquarela. Ao mesmo tempo, contrapondo-se - ríspida textura, fruto da rugosidade da superfície da tela, Banfi aproxima-se de processos da gravura (incisione), enquanto harmoniza todo esse universo com um grafismo essencial no equilíbrio e expressivo no gesto. Cada técnica traz em si sua linguagem subjacente.
      Adriana Banfi retira da aquarela a fluidez das transparências; enquanto a gravura dá-lhe disciplina, textura e profundidade, espécie de anteparo ao melífluo da aquarela, anulando assim a possibilidade de uma dessas linguagens sobrepujar a outra, dominando a obra. Ao contrário, por serem antagónicas em suas propostas, ambas se anulam, deixando - pintura uma fenda para o emergir de sua autonomia. Para conseguir esses efeitos de aguada e de textura, a artista emprega a tinta acrílica, na qual pode realizar a témpera adequada, ora tornando-a mais fluídica, em busca de transparências, ora densas rugosidades.
      Todas as artes querem ter a autonomia de linguagem da música. Isto é, todas buscam ter uma linguagem que seja sua e só sua, sem qualquer dependência. Pintura é cor, e cor é, em si mesma, expressão. Esta, uma descoberta da arte moderna, revelação do impressionismo, tendo como precursores os venezianos, que já faziam a pintura refletir a luz ambiental, j· na primeira metade do século XIX. Adriana Banfi iniciou-se pelo impressionismo. Neste movimento deu-se a redescoberta da cor, cor a plein air, a cor fenómeno natural, imersa na luz atmosférica, a Cor-Luz, cor realidade objetiva. Por isso, devemos ver a obra de Adriana Banfi como música visual.
      Às vezes, música de cámara, grave, de cores leves sem os ruidosos metais; outras vezes, música de tons rasgantes, trazendo tonalidades solares para o solo de sopros, deixando de lado as transparências dos sons de cravo bem temperado, trocando-as pelos agudos jazzísticos do amarelo e do vermelho. Junte-se a tudo isso o grafismo temperador de sua pintura, como se Adriana Banfi riscasse na tela a pauta visual de um diário íntimo.

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      Alberto Beuttenmuller, 1998